Mas, então, o que é Comunicação Não-Violenta?! Por Edde Noemia

Em nosso último artigo, compartilhei um pouco das minhas vivências e aprendizados ao longo da jornada com a Comunicação Não Violenta (CNV). Hoje, quero mergulhar um pouco mais nesse universo, trazendo à tona a essência dessa abordagem que transformou minha forma de me relacionar.

A CNV, para alguns, é uma ferramenta; para outros, uma teoria, um estudo, ou até mesmo uma caixinha dentro do vasto campo da inteligência emocional. Eu, porém, prefiro enxergá-la como uma forma de viver, uma filosofia que pode estar presentes em  nossas interações diárias.

Imagine-se em um ambiente profissional complexo e tóxico, onde a competitividade impera e as palavras são afiadas como lâminas. Foi nesse contexto que me deparei com a CNV. Eu, uma pessoa naturalmente falante, comunicativa e sempre em busca da justiça nas palavras e atitudes, me vi em um mar de julgamentos e desafios. “Não vou pedir nada para você, prefiro pedir para x”, ecoavam em meus ouvidos.

Foi aí que percebi o quanto eu carregava de julgamento, o quanto me sentia certa e justa, sem ouvir e sem entender. Para alguém que sempre considerou a comunicação como a base dos relacionamentos, esse foi um choque de realidade. E então, a CNV cruzou o meu caminho, mostrando-me o quão profundo esse aprendizado poderia ser.

Marshall Rosenberg, o pai da CNV, traçou sua jornada desde uma infância marcada pelos horrores das guerras de gangue em Detroit até encontrar refúgio no amor e na cooperação de sua família. Ele acreditava que todo ato violento escondia uma necessidade não atendida, e para criar conexões autênticas, propunha seguir pilares fundamentais:

1. Observação: A arte de ouvir sem julgamentos, um convite para entender sem avaliar.

2. Sentimentos: Explorar nossas emoções sem fazer julgamentos precipitados, convidando-nos a reconhecer e compartilhar nossos sentimentos de maneira autêntica.

3. Necessidades: Compreender em vez de estrategicamente planejar. Reconhecer que, por trás de nossas ações, estão as necessidades fundamentais que todos compartilhamos.

4. Pedidos: Argumentar em vez de impor ordens. Uma abordagem que busca cooperação e entendimento mútuo.

Eu acredito que a  CNV transcende a mera técnica, tornando-se um modo compassivo de viver e se relacionar. Convido você a mergulhar nos pilares mencionados e descobrir, assim como eu, a capacidade de aprimorar nossas conexões por meio dessa abordagem. Nos artigos subsequentes, aprofundaremos cada um desses pilares, permitindo-me compartilhar com vocês minha perspectiva sobre o mundo, a vida e a conexão.

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