A dúvida que  não tem gênero: Você Faz Sexo “Normal”? Por Élen Santoro

Quando falamos sobre sexo, uma das perguntas que mais surgem é: O que é sexo normal? Será que existe uma definição universal para isso, ou estamos lidando com um conceito moldado pelas lentes da sociedade, da cultura, da biologia e das nossas próprias mentes? Antes de respondermos, vamos desmontar essa ideia de “normalidade” e explorá-la sob diferentes ângulos.

O que consideramos “normal” na sexualidade é fortemente influenciado por normas sociais, religiosas e culturais. Em algumas culturas, práticas como o sexo antes do casamento são amplamente aceitas; em outras, são vistas como tabu. O que é considerado moralmente aceitável ou não varia de acordo com a época e o contexto.

Do ponto de vista histórico, até mesmo atos hoje considerados comuns já foram rotulados como “anormais”. Um exemplo disso é o sexo oral, que já foi visto como uma prática marginal, mas hoje é amplamente aceito em várias sociedades. Portanto, o “normal” é uma construção cultural e histórica, a normalidade no Sexo é um conceito relativo.  É como um camaleão: muda de cor dependendo do ambiente onde está.

As religiões têm desempenhado um papel central em moldar a percepção da sexualidade. Muitas tradições religiosas têm normas rígidas sobre como, quando e com quem o sexo pode ser praticado. Essas diretrizes são frequentemente apresentadas como absolutas, criando a impressão de que há um padrão divino de “normalidade” sexual.

No entanto, essas normas, apesar de importantes para muitos, nem sempre se alinham com as necessidades biológicas ou psicológicas do indivíduo. É nesse choque entre a moral religiosa e a experiência humana que muitos conflitos internos surgem, levando pessoas a questionarem sua sexualidade e até mesmo a reprimirem seus desejos. 

A biologia nos mostra que o desejo sexual é uma função natural, com grande variação entre os indivíduos. O comportamento sexual humano vai além da reprodução; envolve prazer, conexão e expressão de afeto.

Já na psicologia, o que importa é o consentimento, a liberdade e a ausência de sofrimento. A sexualidade saudável não é medida pelo “tipo” de prática, mas pelo bem-estar que ela promove. Desde que duas ou mais pessoas adultas estejam de acordo e que não haja dano físico ou emocional, o que acontece entre quatro paredes (ou em qualquer outro lugar) pode ser considerado saudável.

Podemos concluir que o que realmente importa não é seguir um padrão de normalidade imposto por terceiros, mas sim vivenciar uma sexualidade que respeite seus desejos, limites e valores. O “normal” é muito mais flexível do que imaginamos, e talvez seja hora de substituir essa palavra por algo mais inclusivo, como “saudável”.

Agora você pode se perguntar:  pratico um sexo saudável?

Que você possa exercer cada dia mais nesse Novo Ano uma sexualidade saudável!

Feliz 2025!

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