Quantas empresas, projetos e situações você já faliu? Por Tatiana Lautner

Essa pergunta doeu? Ela dói. Dói para quem já passou por isso… Você já colocou todos os seus sonhos em um projeto, uma empresa, uma escolha, e viu aquela oportunidade se esvaindo pouco a pouco? 

A fase de pesquisar, montar e estruturar tudo para o sucesso é mágica. O céu é o limite. Você sente que sabe tudo o que é preciso para ir em frente; conhece as pessoas certas, ideias inspiradoras, energia para dar e vender. Então começa a fase de tentativas e erros… Aquelas pessoas que você achava que iam te ajudar ou te divulgar mostram sua verdadeira face. Suas ideias são lindas na teoria, no papel, mas na realidade são barradas por leis restritas; licenças específicas e certificações. 

Você descobre a gama de custos silenciosos que envolvem a decisão de abrir a empresa; lidar com um projeto específico ou uma situação na vida. Esses custos muitas vezes são onerosos e não apenas, tem a ver com dinheiro. Tem a ver com horas de sono mal dormidas; cada não que você tem que dizer ou recebe; lidar com familiares e amigos que não te apoiam, não entendem a importância que isso tem pra sua vida, etc. As vezes você acha um sócio parceiro, que te salva de muitas situações, mas as vezes o sócio é que traz a fase da ladeira abaixo. Quem já passou por isso sabe…

Agora, o pior motivo… A doença inesperada… Se ela tem tratamento, tem cura, já é uma preocupação (mas se contorna). O tempo cura. Mas e aquela sentença de carregar algo sem cura? Aquele medo de não dar conta, de não estar ali amanhã, de não saber quantos dias você estará bem, até que colapse de vez… Quem vai liderar a empresa, atender clientes no dia em que você não está bem? Fechar as portas será a solução? De onde vai vir seus recursos financeiros? E como pagar seguro saúde sem trabalhar? No Brasil existe um serviço público de saúde universal, mas e em um país como os Estados Unidos em que não se tem saúde de graça? O que fazer nessa situação?

Você se pergunta, tem como evitar essas situações? Sim e não… Se tivesse realmente um passo a passo ideal pra evitar que esses cenários acontecessem, a pessoa que ensinasse a receita estaria “multizilionária”… 

Acredito que a experiência é a melhor amiga das boas decisões futuras. Antes de se aventurar em um novo negócio, projeto e empreendimento, estude. Pesquise. Faça muitas perguntas. Fale com quem é bem-sucedido nessa área que você está tentando empreender. Participe de grupos de negócios e empreendedores, assim como As Donas da P**** Toda, para assistir palestras, workshops de pessoas com a experiência que te falta. Não desista. Tem empreendedores que falem dezenas de empresas antes de ter uma em sucedida. Geraldo Rufino, por exemplo, faliu seis empresas antes de fundar a JR Diesel, que hoje é considerada a maior empresa de reciclagem de caminhões na América Latina (Fonte: Forbes).

Agora, se sua saúde é frágil e você quer empreender mesmo assim, opte por adaptar sua empresa à sua necessidade. Uma pessoa com trombose, não pode ficar horas em pé por exemplo, talvez uma empresa online, seja uma boa ideia para tentar. Podia dar outros exemplos, mas tenho certeza de que você entendeu meu ponto. Respeite seus limites.

Antes de empreender novamente após um tombo, recupere sua saúde mental. Dê um tempo para as “feridas se cicatrizarem”. Reflita sobre o que você faria diferente. O que essa situação te ensinou? Será que você precisa repetir os mesmos erros para aprender?

Resumindo… Errar dói, é desconfortável, da vergonha, é intenso, nos transforma. Mas não se pode deixar que esse erro, essa falência, tire seu prumo. Isso não pode ser motivo de paralisia. Aprenda a lição, se fortaleça, aplique o que aprendeu se decidir tentar de novo. Se não for tentar de novo, siga de exemplo para um amigo, um familiar que está tentando também. Seja contribuição. 

Colunista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *