Do Sacrifício à Realização: Uma Jornada de Autodescoberta por Tatiana Lautner

Passar anos dedicando-se à família ou ao trabalho é uma experiência enriquecedora, mas também pode resultar na perda de conexão com quem você é como indivíduo. Muitas mulheres chegam a um ponto em que sentem que colocaram suas próprias paixões e sonhos em segundo plano, levando à pergunta: “Quem sou eu, além de uma mãe, profissional ou cuidadora?” Este artigo explora os desafios dessa jornada e oferece soluções para ajudar você a se reconectar com sua identidade.

Os Desafios da Reconexão com a Identidade

  1. Sentimento de Culpa: Muitas mulheres sentem culpa ao priorizar seus próprios interesses, acreditando que isso é egoísta ou que estão negligenciando responsabilidades importantes.
  2. Falta de Tempo: Com rotinas agitadas, é difícil encontrar espaço para explorar interesses pessoais ou refletir sobre sonhos passados.
  3. Medo do Desconhecido: Recomeçar ou redescobrir paixões pode ser intimidante, especialmente se você não tem certeza do que realmente quer.
  4. Perda de Confiança: Anos sem se dedicar a você mesma podem levar à dúvida sobre suas habilidades ou até mesmo sobre seu valor pessoal.
  5. Influência de Expectativas Sociais: Pressões culturais ou familiares podem fazer você sentir que sua realização pessoal deve estar sempre ligada à sua contribuição à família ou à sociedade.

Soluções para Resgatar Sua Identidade

1. Dê Espaço para a Auto-Reflexão

Reserve tempo para refletir sobre o que você gosta e o que traz significado para sua vida. Perguntas como “O que me fazia feliz antes de me dedicar à família ou ao trabalho?” podem ajudar. Mas tome cuidado, pois com o passar do tempo, enxergamos o mundo de outra forma e as prioridades e gostos podem mudar. Mantenha um diário ou bloco de anotações para registrar pensamentos e ideias. Dessa forma consegue-se organizar melhor e identificar o que realmente importa.

2. Experimente Novas Atividades

Permita-se explorar hobbies ou interesses que você nunca teve tempo para experimentar antes. Aulas de arte, fotografia, dança ou voluntariado podem ser boas opções para descobrir novas paixões. Um exemplo é a minha própria descoberta pela arquearia depois de adulta. Um esporte que nunca havia praticado e me trouxe muitos aprendizados.

3. Defina Pequenas Metas

Comece com objetivos simples e alcançáveis, como ler um livro por mês, participar de um workshop ou dedicar 30 minutos por dia a algo que você goste. Um passo de cada vez, pode fazer toda a diferença na continuidade da caminhada.

4. Construa uma Rede de Apoio

Converse com amigos, familiares ou grupos que compartilhem dos mesmos interesses. Ter apoio e trocar experiências pode ajudar você a superar o medo de recomeçar, especialmente em uma nova cidade ou país. Se for esse o caso, e sua família e amigos não estejam presentes, encontre grupos de interesse em comum. Podem ter cunho religioso, ou não, mas o importante é não se isolar.

5. Considere Mentoria ou Coaching

Um mentor ou coach pode guiá-la no processo de redescoberta, ajudando-a a identificar seus pontos fortes, paixões e como transformá-los em objetivos claros. Eu posso te ajudar com essa necessidade, para maiores informações acesse meu Instagram @tatianasessentialfinds ou meu site www.tatianasessentialfinds.com

6. Celebre Suas Conquistas

Reconheça seus avanços, por menores que sejam. Cada passo em direção à redescoberta de si mesma é uma vitória que merece ser celebrada.

7. Aprenda a Dizer Não

Estabelecer limites saudáveis com os outros é essencial para abrir espaço para suas próprias necessidades e desejos.

8. Reconecte-se com Antigas Paixões

Pense em atividades ou sonhos que você tinha antes das responsabilidades ocuparem todo o seu tempo. Retomar essas paixões pode ser um primeiro passo para se reconectar com quem você é.

9. Cuide da Sua Saúde Física e Mental

Priorizar o autocuidado através de exercícios, meditação ou até mesmo Reiki pode aumentar sua energia e clareza mental, ajudando na jornada de autodescoberta.

Inspirando-se na Jornada de Outras Mulheres

Maria era funcionária pública no Brasil, tinha um emprego garantido, uma vida organizada, mas um coração partido. Num dia de chuva, conheceu Marcos, um homem aventureiro com o famoso sonho americano. Marcos tinha ido à prefeitura renovar um documento, viu Maria se molhando ao atravessar a rua , e lhe ofereceu o conforto de seu guarda chuva. Maria se apaixonou, então começaram a namorar. Meses após o início do namoro, resolveram oficializar a união com um juiz de paz. Marcos então, convenceu Maria de se mudar com ele, na “cara e na coragem” para os EUA.

Maria mal sabia o que lhe esperava. Ela não falava o idioma do país, não tinha uma rede de apoio, não conhecia as leis, as regras, e contava que Marcos fosse se tornar o provedor do lar, enquanto ela pudesse se adaptar. 

Marcos, que também passava pelas mesmas dificuldades que Maria, mas tinha a esperança de uma vida melhor, arrumou um trabalho na construção. Mas só o salário de Marcos, não era suficiente pras despesas.

Acontece que Maria tinha tido cargos administrativos toda sua vida, e já tinha sido promovida na prefeitura. Tentou arrumar algum emprego que não precisasse falar o idioma, mas tinham poucos disponíveis. Resolveu então se dedicar a cuidar da casa. Alguns meses depois, se viu isolada socialmente. Seu passatempo era esperar Marcos chegar do trabalho. Ela foi se perdendo, e se esquecendo do diamante bruto que era. Um belo dia, numa conversa com Marcos, percebeu que se ela se irrita-se ou se entristecesse com Marcos, ela não tinha nem pra quem recorrer. Foi então que nesse dia, Maria tomou uma decisão. Resolveu tomar as rédeas de sua vida de volta. Começara a limpar casas, mas precisava que alguém traduzisse suas palavras.  

Maria, uniu-se a uma equipe de mulheres brasileiras que limpavam casas em times de três, e conseguiu começar a juntar dinheiro. Parte desse dinheiro ela investia todos os meses, pois sonhava em validar seu diploma nos EUA e voltar para a área administrativa.

Após dois anos de muita batalha, isolamento social, uma fase de depressão e trabalho duro, Maria finalmente conseguiu se matricular em um curso universitário e hoje já está quase formada.

Maria aprendeu inglês, aprendeu mais sobre a cultura americana, e montou uma rede de apoio na área do trabalho, e na vida pessoal. Marcos e Maria, não estão mais juntos, mas Maria descobriu ser mais forte do que imaginava. Ela segue feliz e adaptada a essa nova fase.

Conclusão

Resgatar sua identidade após meses ou anos, dedicados à família ou ao trabalho é um ato de coragem e amor-próprio. É um lembrete de que sua vida tem espaço para você e seus sonhos. Ao dar pequenos passos, cultivar novas experiências e buscar apoio, você pode se reconectar com quem realmente é e construir uma vida alinhada com suas paixões e valores.

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